Wakabayashi - Mestre da pintura nipo-brasileirae
CATÁLOGOData/Horário:
Vernissage - 08/10/2021 | 14h
Exposição - 09/10 à 22/10/2021
Localização:
Galeria Espaço Arte MM
Endereço:
Rua Peixoto Gomide, 1757 - Jardim Paulista
Telefones:
(11) 3826-3957
(11) 94105-8449
O pintor Kazuo Wakabayashi completou, no dia 1º de maio de 2021, noventa anos de idade e oitenta de sua iniciação artística. Com efeito, ele nasceu em 1931 em Kobe, na província de Hyogo, no Japão, e recebeu seus primeiros ensinamentos de pintura na escola de primeiro grau, em cidade natal, em 1941. A data será comemorada com uma exposição de 27 pinturas do artista no Espaço Arte M. Mizrahi, à Rua Peixoto Gomide, 1757, Jardim Paulista, São Paulo. A mostra, que tem curadoria do crítico de arte Enock Sacramento, é coordenada por Ely Iutaka e produzida por Hiro Kai.
Quando emigrou para o Brasil, em 1961, com 30 anos de idade, Wakabayashi já era um artista profissional. Depois de participar de salões de arte no Japão e de ser premiado em alguns deles, Wakabayashi participou de várias mostras coletivas em seu país de origem. Realizou, em 1960, uma exposição solo na prestigiosa galeria K.C.C. e, no ano seguinte, outra mostra individual na importante Galeria Daimaru, ambas em Kobe. Na primeira, Wakabayashi conheceu Hikari Sakamoto, com quem se casou meses depois.
Wakabayashi aportou no Brasil, a bordo do America Maru, em Santos, com uma carta de apresentação do pintor Waichi Tsutaka, que participara anos antes da Bienal de São Paulo, dirigida a Manabu Mabe e Tomie Ohtake. Wakabayashi foi recebido pelos dois. Tornou-se próximo de Mabe que o apresentou a vários amigos da comunidade japonesa e a galeristas, contribuindo para seu processo de integração.
Quando Wakabayashi chegou ao Brasil, fazia uma pintura abstrata que foi de imediato aprovada por juris de salões e por galerias de arte do país. Na época, o abstracionismo informal estava em alta no Brasil. Em 1959, Manabu Mabe, pintor abstracionista, havia conquistado o prêmio de Melhor Pintor Nacional na V Bienal de São Paulo. A estrela de Wakabayashi subiu vertiginosamente. Participou de importantes coletivas e realizou numerosas exposições individuais no Brasil e no exterior. Em 1987, recebeu o Prêmio Itamarati na 9ª Bienal Internacional de São Paulo.
Dentro de sua pintura abstrata, nos anos 1960, destaca-se uma série de trabalhos que remetem à configuração de certas formações geológicas constituídas por uma única rocha que se eleva a partir de uma base. Para essa série, o curador da mostra, Enock Sacramento, no ensaio que escreveu para o catálogo da mostra, propõe o nome de Monólitos. Na década seguinte, ele investiu boa parte de seu tempo em pesquisas de textura e relevos. No final dos anos 1970, produziu trabalhos com textura espessa e de uma única cor. Elas constituem a série Monocromática do artista. Na década seguinte, todavia, começaram a aparecer em suas obras elementos da cultura tradicional do Japão.
A série japonesa subdivide-se em várias subséries: Temari, Kabuki, Kanzashi, Orizuru, Carpas, Piões. Nos últimos vinte anos, ele criou ainda trabalhos que podem ser reunidos em duas séries: Bananeiras e Parreiras. Wakabayashi, que parou de pintar há dois anos devido a problemas de saúde, declarou que, se voltasse a pintar, gostaria de retomar a abstração plena.
Sua obra, que demorava às vezes meses para ser concluída devido ao complexo processo que ele criou, reúne técnica elaborada e poética intensa. Para Enock Sacramento, “ele é, seguramente, uma das expressões mais altas da pintura nipo- brasileira, um mestre em seu ofício”..